UM LINDA HISTÓRIA DE AMOR - Smareis


Gosto muito de um clássico do cinema, que conta a história de um casal condenado a ficarem para sempre separados: ela como uma águia que acompanha seu amado durante o dia, e ele como lobo que protege a sua amada durante a noite. Sempre juntos, mas eternamente separados. Esta é uma linda história de um amor impossível, ou "quase" impossível. “O Feitiço de Áquila”.
Ao nascer do sol, o cavaleiro de negro esperava no alto da colina, muito acima da cidade, como já havia esperado lá no amanhecer anterior e no amanhecer anterior àquele. Ele ajeitou o corpo na sela, com frio e cansado, observando o céu clarear e a névoa acinzentada da manhã elevar-se do vale abaixo. Quando a cerração desfez-se, ele avistou as torres de ameias do Castelo surgindo em perspectiva, pontilhadas de dourado, como um vislumbre do céu. Por um momento, aquela vista fez a saudade oprimir-lhe o peito. Foi apenas um momento. Ele sorriu desoladamente da própria incapacidade em deixar de crer que essa vigília algum dia teria fim ou lhe mostraria uma resposta.

Lembrei-me desse filme, devido algumas circunstâncias que aconteceu com uma grande amiga a qual estive há conversar esses dias. O fato é que sua história, me fez refletir, sobre o “Amor Verdadeiro”, e suas razões de ser... Existem nesse universo tantos amores que estão separados e distantes. Creio que não existe solidão maior do que a dos que sentem um amor sem poder tê-lo por perto. O amar desesperado e sem solução que termina em renúncia, ou abandono. De repente, veio-me a mente amores perdidos no tempo, sentimentos dissipados, lágrimas confusas em noites solitárias... Um amor que algum dia, todos já tiveram, ou ainda irão ter. Não! Você que lê, não diga que esse amor não existe!
Ele existe sim! Apenas deixou de ser aceito e de ser visto. O romantismo esta perdendo a essência do sentir. As pessoas não procuram viver o verdadeiro romantismo que existem dentro delas.

Não há agonia maior do que a dessas pessoas entocados nas paredes dos próprios sentimentos, sem poder sair, sem poder fugir dele, porque estava escrito no livro das suas vidas. Alguns, não suportam. Outros fingem que não vêem, nem sentem. Outros descobrem que estão num caminho que parece mais uma estrada de barro entre raízes de árvores que os faz tropeçar e cair, e que os dias de chuva que trás a grande saudades tornam essa estrada mais escorregadia e traiçoeira. Mas no profundo de seu ser, tudo que desejam é um raio de sol com pingos de amor que seca cura e revigora esse amor. Não há solidão maior do que a dos que sentem um amor assim sem poder tê-lo por perto!

Deve ser terrível ter que viver nessa solidão desejando ouvir a voz, nem que seja para dizer um simples "oi" e deixar transparecer uma alegria transcendente, que faz brilhar. Sim: você brilha quando ama. E seu amor é a única pessoa que poderá enxergar esse brilho. Esse sentimento difere da paixão, porque a paixão cega: tudo é bonito e perfeito, mesmo os defeitos. Não! Nesse caso é diferente: o amor verdadeiro põe tudo às claras, se entrega, abre o jogo, aceita e trabalha no que precisa ser mudado. Se precisar, recua, refaz-se e volta ao ataque, porque tudo, absolutamente tudo precisa ser perfeito, pois durará para sempre.
Quando decidimos a amar alguém e, mais do que isso, decidimos trilhar uma vida ao lado desse alguém, temos que aceitar as igualdades e as diferenças; respeitar as individualidades e ceder se preciso. Não ceder por completo, porque isso não é amor: é submissão.

O difícil em amar de verdade é descobrir à hora, o momento exato do "para sempre". O momento de olhar o outro e dizer: é com esta pessoa que eu passaria o resto da minha vida; e com ela que formaria uma família e terminaria os meus dias no passar calmo e lento da velhice. Isso, sim, é uma história de amor... Deixe os olhos do coração te dar essa resposta. E ele dá. Com a calma e a clareza que tem.
Enquanto existirem pessoas que acreditam num amar verdadeiro, haverá sempre uma história de amor com final feliz. A esses os céus recompensam com o paraíso!

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