ENTENDER COM OS OLHOS...



Entender com os olhos, é um atributo da fina sutileza do amor. ¨

Tanto temos falado de amor, mas na verdade o que sabemos sobre entrega, aceitação, união e doação irrestrita e desinteressada, se somos todos tão egoístas no sentido de querer sempre as coisas do nosso jeito ou mesmo por sentirmos uma necessidade latente de modificar as características do outro que outrora nos foram tão charmosas ou serviram como “aquele” elemento que faltava aos demais. Quando nos apaixonamos por alguém, fazemos na verdade uma tentativa de tentar visualizar no outro o reflexo de nós mesmos, talvez porque o que queremos verdadeiramente enxergar seja nossa ideologia de amor, que nada mais é que o nosso próprio eu, esse, que inclusive máscara nossos defeitos em função de tentar construir o ser perfeito fora de nós. Então, se buscamos tanto a perfeição no outro e se essa perfeição não passa de um reflexo de nós mesmos mascarado pela nossa ideologia de amor, não seria então mais fácil abraçarmos o espelho ao invés de ficar tentando modificar aquilo que outrora foi motivo de esperas intermináveis ao redor do telefone que teimava em demorar a tocar, do arrepio, ao ouvir o som da voz se aproximando de nós para um rápido carinho, dos pensamentos intermináveis naquela pessoa que teimava em não sair da nossa cabeça, ou daquele aperto no coração, que aparecia no meio da tarde, e fazia a gente não querer outra coisa naquela hora a não ser estar junto do ser amado. Amor, não é religião, ideologia, crença, salvação ou mesmo apoio. Quando descobrirmos intimamente, que amor nada mais é que “nada”, e que não há esforço, promessa, ou punição que possa modificar o que vai dentro de cada um, talvez aí descubramos o quão “tudo” é poder amar, curtir, sonhar, vibrar e sentir aquilo pelo qual nos preparamos e ao mesmo tempo boicotamos, em função de nosso medo de ver refletido no espelho, não a nossa ideologia e sim nosso fiel reflexo.

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