APRENDENDO A FALAR DE AMOR -


De Juliana

Se em muitas coisas que envolvem mais de uma pessoa eu sou perita e madura o suficiente pra falar e lidar, em outras a minha maturidade some e eu me sinto uma criança desamparada. Todas as pessoas aí crescendo, criando famílias e se estruturando, encontrando amores e estampando sorrisos de casais por todas as fotos possíveis de se encontrar no facebook. Menos eu. Era como uma criança esquecida na escola, todo mundo havia sido levado para um lugar confortável e eu permanecia no meu, encolhida e com vergonha de lidar com a situação e dizer para a professorinha que, sim, haviam se esquecido de mim. Logo eu, primeira da classe, quietinha, que não dá trabalho e não faz barulho. É, talvez seja esse o motivo pelo qual passei tão despercebida a minha vida toda. Aí eu tropecei, pisei em falso, sei lá o que me deu. E fu percebida por um par de olhos altamente experientes que me devoraram com uma fúria jamais vista. Foi o momento em que me perdi, me encontrei, não corri, não me esquivei. Fiquei ali, deixando que aquele desconhecido me admirasse, de uma forma jamais experimentada. Foi questão de tempo até sair do controle e me ver sentada na calçada da sua casa às 3 da manhã, com um penteado natural de quem revira na cama tentando dormir e fica com a cabeça cheia de nóias e esperanças pairando muito perto. Foi questão de tempo dizer a ele que era muito cedo pra se dizer apaixonado por mim, que tão convicta de estar condenada ao esquecimento era. Minha vida era de coadjuvante, ser protagonista era mais uma derrota do que triunfo. Não me olha tomando banho! Eu dizia. E ele, só de marotice ficava lá parado, à meia luz me olhando.

Mas agora, depois de me contrariar mil vezes, escrever e apagar outras vinte e três, resolvi dizer que cedo pode ser pra estar apaixonado, mas não é tarde pra dizer o quanto amo. Não é amor clichê, é o amor para deixá-lo livre pra ser quem é, quem quer ser e quem quer ter. Isso mesmo. Não me importam as Luizas, as Marinas, as Anas e as Luanas. Eu quero que volte para essa cama, satisfeito consigo, com o mundo e comigo. Eu amo vê-lo crescendo e fazendo menos loucuras durante a vida, amo vê-lo acendendo esse cigarrinho de palha que deixa seu beijo com gosto de morte. Não sei se eu o amo, sabe. O amor hoje em dia tem mais a ver com posse, ego e exibição do quem com o sentimento em si de aceitação e respeito. Eu amo, mas amo do meu jeito. Eu te respeito. Eu te sinto.

http://www.jubilando.com.br/2013/02/aprendendo-falar-de-amor.

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