DELETAR OU NÃO DELETAR O EX DAS REDES SOCIAIS?

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Pode ser difícil terminar um relacionamento quando há toda uma “vida virtual” envolvida

Ela exausta tentando desesperadamente se acalmar sente o coração bater apressado. Os olhos cheios de lágrimas revelam a chuva de emoções que ela sente ao ver todos os planos que eles haviam construído juntos saindo pela porta. O rosto dele está vermelho, a discussão é acalorada e seus gritos — um tom acima dos gritos dela e levemente alterados pelo orgulho — são a pauta perfeita para os programas de auditório da TV.

Ele bate a porta. Após a discussão, o silêncio ensurdecedor.

Paralisada por um tipo de apatia que só aparece consequente à discussão, 2017 chegou com a oportunidade para recomeçar, mas ficaram as fotos, as lembranças e o nome do ex na lista de amigos das redes sociais. O que fazer? Bloquear, excluir ou continuar a amizade como se nada tivesse acontecido? A resposta depende de cada pessoa e dos motivos que levaram o casal a dar um ponto final na relação.

A psicóloga da Unimed Vitória Hitala Gomes destaca em entrevista ao jornal Gazeta Online que “Se foi um término de comum acordo, e se ambos decidiram manter uma amizade, realmente não existe motivo para bloquear. Mas não é o que ocorre na maioria das vezes”, afirma. Ela ainda acrescenta que geralmente, o fim de um relacionamento é muito doloroso e traz mágoas. “Manter um vínculo por meio das redes sociais pode gerar uma falsa esperança de retorno, trazer mais sofrimento — ao ver as coisas que o ex está fazendo -, e ainda gerar maior dificuldade na elaboração desse rompimento.” Hitala aconselha dar um tempo ao ato de perseguir o ex. “Dessa maneira, bloquear acaba sendo uma boa saída”.

Um estudo da Universidade de Brunel, em Londres, confirma que excluir o ex da “vida digital” pode fazer bem. Feita com 464 participantes, a pesquisa revelou que um terço deles ainda acompanhava as atividades do antigo parceiro online – comportamento que, se levado ao extremo, é conhecido como o de “stalker” (perseguidor, em inglês).

Segundo a psicóloga Tara Marshall, pesquisadora-chefe do estudo, faz mal à saúde emocional de uma pessoa ficar checando como o ex-parceiro está, olhando o perfil dele (ou dela) na rede social. “A pesquisa sugere que a exposição a um ex-parceiro via Facebook pode obstruir o processo de ‘cura’ depois do término da relação”, afirmou Tara ao “Daily Mail”.

Esse monitoramento do ex leva ao aumento da angústia e da dificuldade das pessoas em conseguirem crescer pessoalmente e seguir em frente com suas vidas, encontrando novos parceiros. “A pesquisa sugere que a exposição a um ex-parceiro via redes sociais pode obstruir o processo de ‘cura’ depois do término da relação”, afirmou Tara Marshall.

Lidar com rompimentos na era digital é realmente complicado. Na época de nossos avós, bastaria colocar as cartas e fotografias numa caixa e guardar no fundo do armário. Na era dos computadores e smartphones, colocar os e-mails e fotos numa pasta do computador não garante que você não vá “matar as saudades”. E se isso acontecer não há nada de errado. Manter o ex, ou a ex, nas redes sociais é saber lidar com os bons momentos que viveram juntos e, apesar de não haver mais amor, excluir o ex-romance é considerado por muitos um ato infantil.

Outra motivação para não tirar o antigo amor da lista de amigos ou “bloqueá-lo” nas redes sociais é a grande quantidade de amigos em comum e familiares. Mas a liberdade para bloquear posts que eventualmente podem incomodar fica a critério de cada um.

Os casos são variados e diferentes. Se o término se deu de forma razoável e ambos decidiram que não há problemas em continuarem amigos, pode ser tranquilo para o ex-casal manter a amizade virtual. Entretanto, quando um dos dois está com sentimento de luto pela perda do namorado, ler notícias do ex nas redes sociais pode gerar muita dor e aumentar o sofrimento. De qualquer maneira, quando a relação realmente chegou ao fim, vale mudar o status do relacionamento, mas não cabe fazer isso a cada briga e a cada vez que o namoro estremece.

Fonte: https://dialogando.com.br/

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